quarta-feira, 29 de maio de 2013

OCDE reduz previsão de expansão mundial; vê PIB do Brasil em 2,9%

PARIS, 29 Mai (Reuters) - A recessão da zona do euro deve ser ainda pior este ano e levou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a reduzir nesta quarta-feira suas estimativas para o crescimento global, apesar da situação em geral boa nos Estados Unidos e no Japão.
Em seu relatório semestral Cenário Econômico, a OCDE estimou que a economia mundial crescerá 3,1 por cento em 2013, antes de acelerar para 4 por cento em 2014.
A estimativa mostra um cenário mais pessimista do que em novembro, quando a instituição estimou crescimento global de 3,4 por cento em 2013 e 4,2 por cento no próximo ano.
Os Estados Unidos devem conduzir o crescimento global com uma estimativa de expansão de 1,9 por cento para a maior economia do mundo neste ano, acelerando para 2,8 por cento em 2014, taxa que seria a melhor para o país desde 2005.
Por outro lado, a zona do euro deve permanecer em recessão pelo segundo ano. A OCDE vê contração da economia da região de 0,6 por cento em 2013, voltando ao crescimento no próximo ano com uma taxa de 1,1 por cento.
Entretanto, o cenário é bastante divergente dentro do bloco de 17 países, com previsão de a Alemanha registrar crescimento de 0,4 por cento e se recuperar para uma taxa de 1,9 por cento em 2014.
Após anos de crise da dívida testando a capacidade da zona do euro de se sustentar, o economista-chefe da OCDE, Pier Paolo, disse que os riscos ao cenário econômico finalmente começaram a diminuir.
Mas ele alertou que o alívio na crise da dívida da zona do euro pode levar a uma fadiga das reformas.
"Em relação à Europa, estamos preocupado que a complacência se estabeleça", disse Padoan à Reuters. "Esse é um novo risco que está surgindo na Europa."
Para o Brasil, a OCDE reduziu a previsão de expansão neste ano para 2,9 por cento ante 4,0 por cento em novembro. Para 2014, a projeção é de crescimento de 3,5 por cento.
ÁSIA
Elevando sua estimativa para o Japão, a OCDE disse que a promessa do banco central do país de elevar seu estímulo monetário de forma agressiva vai ajudar a economia a crescer 1,6 por cento neste ano.
A OCDE adotou uma visão mais pessimista para a China, estimando que a economia vai crescer 7,8 por cento neste ano, ante previsão anterior de 8,5 por cento.
Com as economias na maioria dos países ainda em modo de recuperação, a OCDE afirmou que os bancos centrais devem manter as políticas monetárias frouxas, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) deveria aumentar drasticamente seus esforços para garantir que o crédito flua pela economia.
A OCDE pediu que o BCE faça os bancos pagarem por manterem depósitos junto a ele e quer que o banco compre ativos de pequenas e médias empresas com problemas de crédito, duas opções que autoridades do BCE dizem estar avaliando.

No caso do Federal Reserve, banco central norte-americano, a OCDE disse que pode ser justificado em breve que ele comece a reduzir as compras de títulos do governo e hipotecários.

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